quarta-feira, 3 de março de 2010

Hidreeletrica de Itaipu:
O apelido dado à usina de Itaipu na ocasião da sua construção, durante a década de 1970, era pejorativo. A população não apoiava o projeto, que só foi levado adiante devido à mão de ferro dos governos militares. Hoje, depois de três décadas de existência e duas de funcionamento, a hidrelétrica, localizada no rio Paraná, na divisa entre o Brasil e o Paraguai, é responsável pelo fornecimento de 25% da energia consumida por brasileiros e por 95% da demana paraguaia. Em 2005, as últimas turbinas geradoras previstas no projeto original serão instaladas.
Dezenas de operários acompanharam a instalação da roda que irá mover nova turbina de Itaipu. Foto Divulgação-Itaipu

A usina hidrelétrica de Itaipu foi construída no rio Paraná na década de 1970 sob grande desconfiança da população. Naqueles anos ainda não havia a consciência ecológica dos tempos de hoje, mas mesmo assim a obra, atualmente considerada inviável devido ao impacto ambiental causado, só foi possível porque os governos militares da época não recuaram diante dos protestos por todo o país. Em 1982, quando começou o enchimento do lago, cerca de doze mil estudantes e manifestantes de movimentos rurais acamparam em torno da represa para protestar.

Vinte anos após o início das operações, com trinta anos de existência, a usina é um exemplo de projeto de sucesso. A hidrelétrica é responsável pelo fornecimento de um quarto de toda energia consumida no Brasil e por 95% da demanda paraguaia. O potencial de Itaipu põe a usina no topo das hidrelétricas de todo o mundo, com uma capacidade de gerar até noventa bilhões de quilowatts/hora por ano. Esse status será mantido mesmo depois da construção da usina chinesa de Três Gargantas que, mesmo com capacidade total de 18.200 megawatts, terá condições de gerar 86,7 bilhões de quilowatts/hora por ano.

Graças a dados como esse, em 1995 Itaipu foi listada pela Associação Americana de Engenheiros Civis como uma das sete maravilhas do mundo moderno, em pesquisa publicada pela revista americana
Popular Mechanics. A obra de Itaipu figurou ao lado dos seguintes projetos realizados: a ponte Golden Gate (EUA); o canal do Panamá, que liga o oceano Atlântico ao Pacífico; o Eurotúnel, que une França e Grã-Bretanha sob o canal da Mancha; os Projetos do Mar do Norte para o Controle das Águas (Países Baixos); o edifício Empire State (EUA) e a torre da Canadian National (Canadá). A idéia dos editores da revista era elaborar uma espécie de versão moderna das sete maravilhas do mundo, listadas pelo grego Antípater no ano 240 antes de Cristo.

Apesar do reconhecimento dentro e fora do país, a Itaipu Binacional, empresa gerida por representantes do Brasil e do Paraguai que administra a usina, não está satisfeita e prepara o mais recente plano de expansão. Estão em fase de instalação duas novas turbinas, que aumentarão em 1.400 megawatts a capacidade da hidrelétrica, potência suficiente para abastecer uma cidade com dois milhões de habitantes. “Itaipu continuará sendo a maior geradora de energia do mundo, porque temos volume de água e 135.000 hectares de reservatório”, explica o brasileiro Jorge Samek, um dos que acamparam para protestar na década de 1970 e hoje ocupa o cargo de diretor-geral da companhia. “Cada coisa tem seu tempo. Sou nascido em Foz do Iguaçu e hoje tenho orgulho de dirigir a empresa”, conta.

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